
Mário Silésio de Araújo Milton cursou direito na Universidade de Minas Gerais - UMG (atual Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG), em Belo Horizonte, entre 1930 e 1935. Estuda desenho e pintura na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte (Escola Guignard), sob a orientação de Alberto da Veiga Guignard (1896 - 1962), entre 1943 e 1949. Em 1953 viaja para Paris, como bolsista do governo francês, e ingressa no curso de André Lhote. De volta ao Brasil, entre 1957 e 1960 executa diversos painéis em edifícios públicos e privados de Belo Horizonte, como Banco Mineiro de Produção, Condomínio Retiro das Pedras, Inspetoria de Trânsito, Teatro Marília, Escola de Direito da UFMG e Departamento Estadual de Trânsito - Detran. É também de Silésio o mural feito para o Clube dos Engenheiros, em Araruama, Rio de Janeiro. Executa os vitrais da Igreja dos Ferros em 1964.
Durante os anos 1940, Mário Silésio estuda desenho e pintura com Guignard (1896- 1962), na então Escola de Belas Artes, hoje Escola Guignard, em Belo Horizonte. É através dele que Silésio descobre as obras de Paul Cézanne (1839-1906) e Henri Matisse (1869-1954). Porém, a descoberta mais importante desse período, também proporcionada pela Escola, seria o cubismo, que dá ao artista o impulso para sua trajetória rumo à abstração de caráter geométrico. A figuração que Silésio pratica até então se fragmenta gradualmente, buscando a síntese cubista. Sua obra alcança, no início dos anos 1950, a pura abstração geométrica, como na tela Construção nº 5, 1957. Também a partir dos anos 1950, sua pintura encontra expansão nos grandes painéis que realiza para edifícios públicos em Belo Horizonte, integrando-se à paisagem.
O crítico Marcio Sampaio observa que para Mário Silésio - como mais tarde, em outro nível, para os neoconcretistas brasileiros - a forma não deve nunca nascer de uma simples operação matemática, desprovida de espírito e de emoção. É nesse sentido que o trabalho de Silésio, em certo momento, revela um gosto pelas formas circulares impregnadas de luz e de sensibilidade lírica.
Nos anos 1970, o artista retoma em parte a figuração, pintando naturezas-mortas ou paisagens, porém num registro geométrico, como em Paisagem, 1986. Para Sampaio, grande parte da obra de Silésio se acha marcada pela forte presença de uma estrutura arquitetural "amarrando" a composição.