
Orlando
Teruz (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1902 – Idem, 1984). Pintor e professor.
Entre 1920 e 1923, estuda com os pintores Baptista da
Costa (1865-1926) e Rodolfo
Chambelland (1879-1967) na Escola
Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Entre 1921 e
1933, participa de várias edições da Exposição Geral de Belas Artes na capital
carioca. Em 1931, participa do Salão Revolucionário, realizado na Enba durante
a gestão do arquiteto Lucio Costa
(1902-1998), e do 2º Salão de Maio, em São Paulo, em 1938. No ano de
1934, ganha o prêmio de viagem ao exterior, oferecido pelo Salão Nacional de
Belas Artes, mas usufrui da viagem apenas em 1939, quando visita França,
Holanda e Itália. Em 1941, Teruz recebe o prêmio de viagem ao país, promovido
pelo Salão Nacional de Belas Artes. Em 1944, expõe na mostra Pintores Modernos
Brasileiros, realizada em Londres. Ainda na década de 1940, trabalha com Lucio
Costa e Candido
Portinari (1903-1962) na implementação da divisão moderna do
Salão Nacional de Belas Artes. Nos anos 1950, ensina pintura no Instituto de
Belas Artes da Guanabara. Participa das Bienais Internacionais de São Paulo em
1951 e 1953. Na década de 1970, forma um museu particular em sua residência no
Rio de Janeiro.
Em livro
dedicado à obra de Orlando Teruz, o escritor Carlos Heitor
Cony (1926) aponta que o trabalho do pintor, formal e temático,
aproxima-se da produção de Candido Portinari, com quem convive desde a formação
na Enba. Ambos propõem uma pintura moderna, que foge de soluções determinadas
pelo estudo acadêmico, mas mantém relação com a tradição.
Como
Portinari, Teruz possui domínio das técnicas de pintura e de desenho de
observação, aprimoradas durante a formação na Enba. Cenas de infância estão
presentes em todos os períodos da vasta produção do pintor, além de temas
dedicados a cavalos e reuniões populares. Segundo o historiador e crítico de
arte Walmir Ayala
(1933-1991), a concepção de modernidade de Teruz coincide com “os
anseios da semente modernista: um cotidiano de brasilidade, nas cenas e figuras
reconhecíveis à primeira vista como nossas” .