Enrico Bianco (1918 -
2013)
Enrico Bianco (Roma, Itália 1918 - Rio de Janerio RJ 2013)
Pintor, gravador, desenhista e ilustrador.
Inicia seus estudos com Maud Latour, em Roma, na década de 1930. No Rio
de Janeiro, entre 1935 e 1937, estuda com Candido Portinari (1903 - 1962) no Instituto de Artes da Universidade
do Distrito Federal - UDF. No ano seguinte, trabalha com Portinari em diversas
obras, destacando-se os murais do Ministério da Educação e Cultura - MEC, os
painéis do Banco da Bahia, o edifÃcio da ONU etc. Em 1940, realiza sua primeira
individual no Copacabana Palace Hotel. Ilustra edição especial de Caçada de
Esmeraldas, de Olavo Bilac (1865 - 1918), organizada por bibliófilos
brasileiros e o álbum de gravação do poema sinfônico Anhanguera, de Hekel
Tavares, em 1951.
"O
conhecimento imediato com Portinari, no ano seguinte à chegada ao Brasil,
marcou definitivamente o desenho e a pintura de Enrico Bianco desde então.
(...) Assim, vemos desenvolver-se, ao longo da obra de Bianco, a busca de fusão
entre pólos aparentemente opostos, quais sejam a disciplina organizativa do
espaço pictórico segundo esquemas de linearidades e jogos de planos sutilmente
cubistas, e a propensão. Em verdade, mais abrangente, no sentido da veemência
expressionista. Decorreu daà o predomÃnio da figura no trabalho de Bianco,
tratada sob preocupação de registrar a dramaticidade de contingências tÃpicas
do mundo de hoje, acrescido de guerras globais, ou sob o estÃmulo de outras
memórias do drama, na série de pinturas de fundamento religioso. As paisagens,
por sua vez, acentuaram presença na obra atual, sem que nelas, no entanto -
apesar da agilidade e idêntica veemência no tratamento do conjunto -, se possa
experimentar aquela mesma densidade expressionista de abordagem dos outros
temas; é possÃvel inclusive sentir, nesses trabalhos, direcionamento para a
simplificação abstratizante de cada elemento e de seu contexto, embora a
paisagem continue ali, visÃvel e reativada".
Roberto Pontual
PONTUAL, Roberto.
Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
"Bianco é um pintor de talento, dos
que desde moço se aprende a respeitar. Não limita sua atividade a determinados
setores. Tudo na vida o interessa; o que lhe permite manifestar-se na mais
variada temática. Foge das fórmulas e dos modismos. Companheiro de Portinari,
participou, nos tempos da construção do edifÃcio do Ministério da Educação e
Saúde, da ação do grupo dos modernistas que juntava Mário de Andrade, Manuel
Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Carlos Leão, os irmãos Roberto e Affonso Eduardo Reidy, Villa-Lobos e
quantos outros aos quais se deve a renovação que teve seu ponto de partida na
Semana de 22. Como artista emergente da tradição erroneamente denominada
acadêmica, a Bianco interessa a figura, a paisagem, a natureza-morta e
particularmente as cenas do campo. Cada tela mostra a maestria dos que se
devotam à profissão de pintor-pintor, continuando a considerar e revelar casos
e encontros".
Pietro Maria Bardi
LOUZADA, Júlio. Artes
plásticas: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984-.
"Enrico Bianco é este acontecimento
raro, no Brasil, do artista que pinta a partir de uma tradição que tem mais de
10 anos. Esta é, aliás, a primeira coisa que impressiona o público ao contatar
esta obra. De repente há algo de diferente neste trabalho e isto não está só no
tema ou na visão do artista, mas na sua maneira de pintar. O que, vale dizer,
esta diferença, este algo que chama a atenção, está na pincelada, no uso dos
pigmentos, nas cores sobrepostas a outras cores, na composição e no desenho, na
exaltação do modelo. O público tem a certeza de que estas pinturas levaram
muito tempo para serem feitas e que o aprendizado do artista foi longo,
dedicação de vida inteira. São obras que parecem ter eliminado o acaso, ainda
que isto não seja verdadeiro. Há um propósito e o diálogo entre obra e público
se dá a partir desta constatação. E, enfim, se ainda estivéssemos na época de
refutar o burguês anedótico, desta feita, poderÃamos afirmar que ele não diria:
"isto o meu filho de 10 anos também faz". Certamente podemos chamar
este fazer pictórico de Enrico Bianco de maestria. Este saber, construÃdo pelo
artista em tantos anos de culto labor, concretiza-se em alguns assuntos
preferidos como a figura feminina, natureza morta, trigais, cenas da lida
rural, paisagens, nos quais encontramos mais do que a transfiguração da
realidade cotidiana, já que o que está presente é a pintura feita de
delicadezas, lirismo, sons ocultos. Já não nos interessa exatamente o motivo do
qual parte o artista ou o seu estÃmulo visual, mas a criação de um universo
único e particular. Enrico Bianco não faz flores, mulheres ou boiadas, mas
pintura".
Jacob Klintowitz
BIANCO. Bianco. Curadoria
José Adolpho M. Ayres; apresentação Jacob Klintowitz; projeto gráfico Hélio
Alves Neves. São Paulo : Galeria de Arte André, 1997. 25 p. il. color.
1940 - Rio de Janeiro RJ - Primeira
individual no Brasil, no Copacabana Palace Hotel
1941 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ita
1942 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Casa e Jardim
1956 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1958 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1963 - Europa - Exposición de América y España
1964 - Lisboa (Portugal) - Individual
1964 - Nova Orleans (Estados Unidos) - Individual
1966 - Rio de Janerio RJ - Individual, na Petite Galerie
1966 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria da Casa do Brasil
1967 - Tel Aviv (Israel) - Individual
1967 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria Piazza di Spagna
1968 - Recife - Individual, na Galeria Ranulpho
1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1971 - São Paulo SP - Individual, na The Chelsea Art Galleries Jardim
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Copacabana Palace
1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1973 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Graffiti
1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Mini Gallery
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Renot
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Dezon
1982 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva, no Masp
1982 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Retrospectiva, no MNBA
1996 - BrasÃlia DF - Individual, no Palácio Itamaraty
1997 - Santos SP - Individual, na Fundação Benedito
Calixto
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte André
1935 - Roma (Itália) - 1º Quadriennale
Nazionale d'Arte
1940 - Rio de Janeiro RJ - Seção Moderna do Salão Nacional de Belas Artes -
medalha de prata
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas Mortas, no Serviço de
Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do
Trianon
1954 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas - sala especial
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte
Moderna de São Paulo, no MAM/SP
1960 - Cidade do México (México) - 2ª Bienal Interamericana do México - sala
especial
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1974 - Rio de Janeiro RJ - O Mar, na Galeria Ibeu Copacabana
1981 - Paris (França) - Salon de la Société Nationale des Beaux-Arts
1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ
1983 - Atami (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Kyoto (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MNBA
1983 - São Paulo SP - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Masp
1983 - Tóquio (Japão) - 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte
Brasileira, no Paço Imperial
1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação
Mokiti Okada M.O.A.
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho
Galeria de Arte
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e
escultura, no IEB/USP
1995 - Rio de Janeiro RJ - 1º Riocult, no Riocentro
1996 - Passo Fundo RS - Museu de Artes Visuais Ruth Schneider: exposição
inaugural, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no
CCBB
1998 - São Paulo SP - Futebol em Arte, na Galeria de Arte André
2000 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Ricardo Camargo
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2002 - São Paulo SP - Paisagens do Imaginário, na Nova André Galeria
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo
da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Entre Aberto, na Gravura Brasileira