(Nova Friburgo, Brasil, 1896 - Belo Horizonte, Brasil, 1962)
Alberto da Veiga Guignard sopra uma liberdade comovente sobre o modernismo brasileiro dos anos 1920 e 1930. Afastando-se das heróicas pretensões nacionalistas, sua obra investiga atmosferas sutis: a subjetividade, as distâncias relativas, a temporalidade esgarçada da memória, do sonho e da ilusão.
Nascido em 1896, Alberto Guignard mudou-se ainda criança com a mãe e o padrasto para a Europa, onde viveu toda sua infância e juventude, retornando definitivamente ao Brasil apenas em 1929. Entre os anos de 1917 e 1918 e entre 1920 e 1921, Guignard estudou na Real Academia de Belas-Artes em Munique, imerso na produção pictórica européia do Renascimento e testemunhando o trabalho das vanguardas. Tal experiência, além de conferir ao artista notável domínio técnico e familiaridade com concepções e questões históricas da pintura, contribuiu em sua atuação como professor, primeiro na Fundação Osório, no Rio de Janeiro, entre 1931 e 1943 e depois, entre 1944 e 1962, na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, hoje Escola Guignard. É notável que, em contraste ao trato rígido dos mestres europeus, Guignard casava atenção crítica afiada com bom-humor e confiança na sensibilidade dos estudantes, criando um ambiente de salutar autonomia que atraiu alunos como Iberê Camargo, Amilcar de Castro, Mary Vieira e Lygia Clark.