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Carlos Scliar

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Currículo

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(Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1920 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001). Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico. Destaca-se por ser um dos pioneiros da arte moderna no Brasil. 

Em 1934, tem aulas durante alguns meses com Gustav Epstein, pintor austríaco radicado no Rio Grande do Sul. Em 1939, viaja a São Paulo e Rio de Janeiro, onde entra em contato com o pintor Cândido Portinari (1903-1962). Em 1940, transfere-se para a capital paulista e realiza sua primeira exposição individual. Liga-se ao grupo Família Artística Paulista, com o qual participa da Divisão Moderna do 46º Salão Nacional de Belas Artes.

Como sugere o crítico e curador Roberto Pontual (1939-1994), a obra de Carlos Scliar parte da figuração, buscando uma ordem que permita “refletir transfiguradoramente o universo de seu contato diário e direto”. No início da década de 1940, Scliar produz, sobretudo, litogravuras e linoleogravuras, nas quais a transfiguração é influenciada por Portinari e pelo pintor e gravador Lasar Segall (1889-1957).

Em 1943, é convocado pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) para servir na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. De volta ao Brasil, atua em movimentos contra a ditadura Vargas (1937-1945), iniciando um período de intensa participação política. A experiência da guerra lhe rende o traço econômico e tenso, que caracteriza seus desenhos dos anos da FEB, e o olhar “às coisas simples, cotidianas, feitas pelos homens”, em suas próprias palavras. Soma-se a isso o desejo de aproximação da realidade do país, questão central em seu retorno à gravura: em 1947, em Paris, publica o álbum de linoleogravuras Les Chemins de la Faim, com ilustrações que integram a edição francesa do romance Seara Vermelha (1946), do escritor Jorge Amado (1912-2001). Nessa série de linoleogravuras, o tratamento da violência agreste do romance de Amado faz lembrar a tradição de xilogravuras da literatura de cordel.

 

Obras